Tuesday, April 21, 2009

The Visitor II



Vi ontem este filme e gostei bastante!
Não vou contar aqui a história, alguns já o viram e para os curiosos aqui fica também o trailer... mas apeteceu-me escrever sobre ele porque, de alguma forma, não me foi indiferente.
É certo que pode até haver alguns clichés, aos quais este tipo de filme é sempre propício... o actor principal, ao início muito triste e solitário, encontra um grande amor. Mas desenganem-se... aquilo não acaba com o típico "and they lived happily ever after..."; confesso que eu própria estava à espera de um final mais "romântico" (em toda a dimensão da história), mas a verdade é que acabam todos separados... digamos que é um daqueles que poderia ter a sequela, mas claro que se isso acontecesse perderia toda a graça e qualidade. O final até é bem conseguido, com a cena do actor principal (sim, o que ao início estava deprimido) a tocar djambé no metro (OK, pode não parecer grande coisa, mas a verdade é que a cena tem todo um significado por trás!).
Tirando essa parte da passagem de sexagenário-que-ao-início-era-infeliz a homem-renovado-que-encontra-um-significado-para-a-vida (e até compra uns óculos novos, mais modernos, a meio do filme!), acho que o filme, apesar de leve, acessível e com rasgos de comédia e romance, consegue ter um conteúdo interessante. A parte cómica passa, claro, pelo facto de o homem (sim, o actor principal), todo direitinho e engravatado, querer aprender a tocar djambé (até que o Tarek lhe ensina e tornam-se super-amigos!). O romance gira em volta do casal (Tarek e a sua namorada) e da parte em que o actor principal (pronto, é mais fácil chamar-lhe Mr. Vale) se apaixona pela mãe do Tarek!

Deixando-me agora de ironias, passo a explicar o verdadeiro porquê do meu interesse no filme. A história não é tanto uma tentativa de "lição de moral" sobre a posição dos E.U.A. em relação à abertura a culturas estrangeiras (que, diga-se de passagem, depois do 11 de Setembro não é muita); é antes um bom argumento que permite a cada um ver e compreender as coisas à sua maneira. Claro que toca nos problemas da xenofobia, da discriminação social, das injustiças... enfim, questões sociais e culturais presentes na sociedade americana que, na minha opinião, vive demasiado à sombra destes preconceitos e continua cada vez mais fechada, fomentando a ignorância. Claro que há excepções, e Mr. Vale é o retrato daqueles que ainda tentam contrariar essa tendência de discriminação e fecho ao mundo. O importante é não haver conformismo perante estes temas... e no fim de tudo, devia haver mais Mr. Vales a darem um novo sentido à sua vida através destas questões. 
Concluindo, para mim, Mr. Vale é apenas a representação viva daquilo que os E.U.A. deveriam tentar fazer -- mais abertura, alargar horizontes...

No comments: