Tuesday, November 18, 2008

Por fim


Por fim deixaste cair o pano
Deixaste de segurar a corda que o erguia
Deixaste de querer utilizar a tua força.
Um final onde não há aplausos, nem risos, nem críticas,
Onde não há espectadores
És só tu e eu, mais ninguém.
E como que num gesto fácil e simples,
Encerraste um capítulo de coisas
Que agora não são mais do que recordações.
Por fim quiseste ir embora
Sem dizer adeus, sem risos nem choros,
Sem vontade de voltar a segurar na corda.
Antecipaste o final da peça
Que ninguém sabia o quanto iria durar
Mas também não previa ser agora.
Por fim, não deixaste hipótese de querer
De ter a vontade para te ajudar
A reerguer esse pano que oculta tanta coisa.
Por fim, os sentimentos, as palavras e as emoções
Ficaram escondidas por detrás desse pano
Que só tu sabes quando e como reerguer.
Tu, 
Que não sabias sequer o que acontecia
Ao deixares cair o pano.
E eu,
Eu vou ficar sentada na última fila,
Porque já não faço parte desse palco 
Onde tu encerraste tanta coisa
Com o cair do pano.
Por fim já não há a chama intensa
Onde eu tinha medo de me queimar.
Por fim, resta apenas uma chama tranquila
Mas acesa.
E por trás do pano, apenas restam memórias
Pedaços de vidas
Que nunca serão esquecidos.
Sombras serenas e pensamentos inquietos
É o que resta
Por fim.

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